“Cadeia dos Famosos”: Tremembé volta aos holofotes com série do Prime Video e casos que marcaram o Brasil
Conhecida por abrigar condenados de crimes de grande repercussão, a Penitenciária de Tremembé volta a ser comentada após o sucesso da série estrelada por Marina Ruy Barbosa.

A cidade de Tremembé, no interior de São Paulo, ficou conhecida nacionalmente por abrigar condenados envolvidos em crimes que geraram enorme repercussão e comoção pública. Popularmente apelidada de “cadeia dos famosos”, a penitenciária recebe presos por diferentes motivos — desde crimes contra mulheres, homicídios, fraudes até casos de pensão alimentícia.
Inaugurado oficialmente em 1955, o Complexo Penitenciário de Tremembé possui cinco unidades, sendo três masculinas e duas femininas. Os detentos com grande notoriedade são encaminhados para o local com o objetivo de evitar riscos à vida em presídios comuns.
A P2 de Tremembé é a unidade mais conhecida. Reconhecida por seus baixos índices de violência e modelo de gestão, ela abriga presos que não são considerados de alta periculosidade e possui dois pavilhões e alojamentos para os internos do regime semiaberto.
Série “Tremembé” no Prime Video reacende interesse pelo presídio
A penitenciária voltou ao centro das atenções com a estreia da série “Tremembé”, lançada recentemente no Prime Video. Protagonizada por Marina Ruy Barbosa, a produção ganhou destaque nas redes sociais pelas cenas intensas e realistas inspiradas no cotidiano do presídio e nas histórias dos detentos que passaram por lá.
O impacto da série fez o público relembrar os casos que mais marcaram o local — e o destino atual de quem já esteve entre seus muros.
Onde estão os “famosos” de Tremembé hoje
Alexandre Nardoni
Condenado pela morte da filha, Isabella Nardoni, cumpre pena em regime semiaberto. Vive em São Paulo, em um imóvel do pai, e mantém uma microempresa de vendas e corretagem de imóveis.
Cristian e Daniel Cravinhos
Condenados pelo assassinato dos pais de Suzane von Richthofen, cumprem regime aberto desde 2018 e 2022. Ambos vivem em São Paulo — Daniel trabalha com customização de motos e capacetes, e Cristian mora no mesmo bairro.
Thiago Brennand
Ex-empresário, condenado em três sentenças por crimes contra mulheres, está preso desde junho de 2024 na unidade de Tremembé.
Lindemberg Alves
Responsável pelo sequestro e morte de Eloá Cristina, teve a pena reduzida para 39 anos. Após perder e recuperar o direito ao semiaberto, voltou a esse regime no fim de 2022.
Elize Matsunaga
Condenada por matar e esquartejar o marido, deixou a prisão em maio de 2022 com liberdade condicional. Atualmente trabalha como motorista de aplicativo em Franca (SP).
Suzane von Richthofen
Condenada por matar os pais em 2002, obteve regime aberto em janeiro de 2023 e vive no interior de São Paulo, cumprindo as exigências judiciais.
Roger Abdelmassih
Ex-médico condenado a 181 anos (reduzidos para 173) por estupro de 37 pacientes, cumpre pena em Tremembé.
Fernando Sastre de Andrade Filho
Condenado por causar o acidente com Porsche que matou um motorista de aplicativo em São Paulo.
Carlos Hasegawa
Médico condenado por extorsão e por auxiliar Abdelmassih, obteve prisão domiciliar em 2020 por pertencer ao grupo de risco da Covid-19.
Acir Filló
Ex-prefeito de Ferraz de Vasconcelos, cumpre pena de 13 anos por fraudes e corrupção. Autor do livro “Diário de Tremembé”, teve a obra proibida de circulação logo após o lançamento.
Sandra Regina Ruiz (Sandrão)
Condenada por sequestro e assassinato de um vizinho, ficou conhecida por relacionamentos com Suzane e Elize dentro da prisão. Desde 2015 está em regime semiaberto, mora em Mogi das Cruzes e vive união estável.
Anna Carolina Jatobá
Ex-esposa de Alexandre Nardoni e madrasta de Isabella, cumpre regime aberto em cidade próxima ao Vale do Paraíba. Mantém vida reservada e cumpre obrigações legais.
Edinho, filho de Pelé
Condenado por lavagem de dinheiro, cumpre regime aberto desde 2019. Em 2024, foi absolvido das acusações de tráfico e atualmente trabalha como técnico de futebol.
Tremembé, entre o real e a ficção
Com a série em alta e as histórias dos seus ex-detentos voltando à tona, Tremembé reafirma seu papel como um símbolo da complexa relação entre crime, fama e justiça no Brasil.
Mais do que um presídio, o local se tornou reflexo de um país dividido entre a curiosidade e a indignação diante de casos que, mesmo após décadas, ainda ecoam na memória coletiva.



