
A mamoplastia redutora, também conhecida como cirurgia de redução de mama, é um procedimento reparador que melhora a qualidade de vida de mulheres que sofrem com hipertrofia mamária ou gigantomastia. Disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a cirurgia é indicada para pacientes com laudo médico que comprove comprometimento do sistema músculo-esquelético devido ao tamanho das mamas.
Para acessar o procedimento, é necessário procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS), passar por uma avaliação clínica e, caso o impacto na saúde e no bem-estar seja constatado, ser encaminhada a uma unidade de saúde com cirurgião especializado. Na Maternidade Regional de Camaçari (MRC), o acesso é feito via sistema de regulação ambulatorial, recebendo pacientes de diversos municípios.
Expansão do programa e impacto positivo
Desde o início do programa, em novembro de 2024, 24 mulheres já passaram pela cirurgia e receberam acompanhamento pós-operatório. Outros 53 procedimentos estão agendados até junho. “Já atendemos mulheres de cerca de 18 municípios, incluindo Barreiras, Itaparica, Vera Cruz, Vitória da Conquista e Jequié. Nosso compromisso é garantir um atendimento qualificado e humanizado para essas mulheres, desde o acolhimento até o pós-operatório”, destaca Gisélia Pinheiro, diretora da unidade.
Critérios rigorosos de seleção
A seleção das pacientes segue critérios médicos estabelecidos. A coordenadora ambulatorial da MRC, Marluce da Hora, explica que, além do relatório médico, há uma avaliação para verificar se a paciente está apta para a cirurgia. “É necessário um IMC máximo de 28 e a ausência de comorbidades não decorrentes da gigantomastia. Se o IMC estiver acima, a paciente é orientada a perder peso antes do encaminhamento cirúrgico.”
Embora não seja uma cirurgia estética, o impacto na autoestima das mulheres é significativo. Marluce destaca a criação do grupo “Devolvendo a autoestima para mulheres”, onde pacientes compartilham suas experiências e mudanças após a cirurgia.
Histórias de transformação
Eduarda Alves Cerqueira Pinheiro, de 38 anos, convivia com gigantomastia desde a adolescência. “Sempre tive dores nas costas, problemas posturais e assaduras sob os seios por conta do peso. Na infância, usava roupas largas para tentar esconder o tamanho das mamas e evitar assédios e bullying.”
Ao ser avaliada em sua unidade de saúde, foi constatado que seus problemas de coluna estavam relacionados à gigantomastia. “Fui encaminhada para a MRC, onde me senti acolhida do início ao fim. Toda a equipe foi maravilhosa, e isso me trouxe muita segurança durante o processo”, relata.
Outro caso é o da marisqueira Ana Rita Ferreira da Silva Souza, de 53 anos. Com dores nas costas constantes, ela conseguiu realizar a cirurgia na MRC, unidade da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), gerida pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS). “Meus seios eram muito grandes e sentia muitas dores. Não conseguia dormir de barriga para baixo e, após o trabalho, precisava tomar remédio para dor na coluna. Quando soube que a MRC fazia esse procedimento, fiz todo o processo e fui encaminhada. Retiraram 650 ml de cada mama. Hoje, minha dor aliviou muito e sei que minha rotina vai melhorar ainda mais quando eu estiver completamente recuperada”, conta.
Mais do que um procedimento cirúrgico, a mamoplastia redutora representa um alívio para dores crônicas e desconfortos diários, resgatando o bem-estar e a autoconfiança das pacientes. “Para muitas mulheres, esse processo é a possibilidade de uma vida com mais autonomia”, conclui Gisélia Pinheiro.